No dia 26 de Novembro de 2023 realizou-se na praça de touros de Coruche um “espectáculo tauromáquico” de “variedades taurinas”, recheado de incumprimentos e actos particularmente cruéis.
Tal como fazemos sempre que nos parece que há a mínima possibilidade de conseguirmos o cancelamento de um evento tauromáquico, tentámos que este evento fosse cancelado. Contactámos, uns dias antes, algumas entidades oficiais por mensagem privada (a maioria das vezes, não fazemos este tipo de contactos por carta aberta, nem pedimos a terceiros para se juntarem). O escrito que enviámos em privado, e que só hoje publicámos (porque acabámos, entretanto, por entender que o devíamos fazer), pode ser consultado aqui: Campinos em Festa II – Parte 4/5: Tentativa de Cancelamento por parte de Marinhenses Anti-touradas
Ora, desta vez, ao contrário de outras, algo nos leva a crer que alguma das entidades que recebeu a nossa missiva (da qual não tínhamos, até hoje, dado conhecimento a mais ninguém), passou, sem o nosso consentimento, informações para a comunicação social.
Um site tauromáquico, cujos autores não tinham como adivinhar que tentámos que este evento em concreto fosse cancelado, escreveu o seguinte artigo, de uma falta de rigor inqualificável, do qual juntamos capturas de ecrã.
Respondendo às principais acusações que nos foram feitas no artigo do mencionado site:
Sim, tentámos que o evento fosse cancelado, mas sem que o campino ficasse prejudicado. Com efeito, pedimos à Câmara Municipal de Coruche (uma das organizadoras do evento de 2022 no qual o campino se lesionou) para fazer um donativo ao próprio, em vez de apoiar o evento de 2023 em questão. Se isto se pode considerar “atacar”, nem sabemos o que chamar ao que viriam a fazer aos jovens bovinos que foram obrigados a participar no “espectáculo”, esses, sim, atacados no decorrer do mesmo.
É possível que tenham sido enviados “inúmeros e-mails para diversas entidades questionado a legalidade do evento, bem como a sua fundamentação”, pois a contestação à tauromaquia é enorme. Mas, desta vez, ao contrário do que se pode infererir da leitura de um artigo Touro e Ouro, nós não pedimos mesmo a ninguém para enviar e-mails (e nem sequer nos foi dado conhecimento desses envios).
Quanto à afirmação “O grupo anti-taurino “Marinhenses Anti-Touradas”, cujos rostos ninguém parece conhecer (…)”, não somos um grupo anti-taurino mas uma organização anti-touradas, e não andamos nisto para ficarmos conhecidos, pelo que não é habitual publicarmos fotos nossas nas redes sociais.
Como é natural, não frequentamos propriamente os mesmos locais que os defensores das touradas frequentam. Ainda assim, temo-nos cruzado com pessoas defensoras da tauromaquia nalgumas ocasiões. Tal aconteceu, por exemplo, algumas vezes na Assembleia da República, numa das quais um ganadeiro nos fez um gesto ameaçador à distância. Vimos sempre por lá elementos da Protoiro, mas ninguém do Touro e Ouro.
Em 2013, estivemos na bancada da Fundação Champalimaud a assistir a um Prós e Contras, onde estiveram igualmente os autores do Touro e Ouro, mas não tínhamos nada para lhes dizer. Por acaso, nesse dia, e por nossa iniciativa, até falámos com elementos da Protoiro.
Talvez os autores do Touro e Ouro tenham passado perto de nós nalgumas manifestações junto a praças de touros, pois já estivemos em inúmeros protestos deste tipo, tendo havido anos em que não falhámos um único. Só que em todos estes eventos, na verdade, nem sempre estivemos identificados (com cartazes, faixas ou camisolas), pois raramente estamos identificados sem que nos seja especificamente sugerido/pedido pelos organizadores dos mesmos.
Porém, há imagens nossas, onde estamos identificados como “Marinhenses Anti-touradas” em vários Jornais, como, por exemplo, no JN, que até inseriu uma foto que nos tirou numa capa. Ora, se os nossos nomes não são propriamente conhecidos, o mesmo não se pode dizer de alguns dos rostos.
Apenas os rostos e nomes dos elementos dos Marinhenses Anti-touradas que administram as páginas da organização nas redes sociais não são, efectivamente, conhecidos. É que, há uns anos, aconteceu algo demasiado grave (que optámos por não tornar público), e esses administradores passaram a ser exclusivamente pessoas que nunca nos representaram nem nos vão representar em lado nenhum. Esta foi a forma que encontrámos de poder continuar a trabalhar com um mínimo de condições de segurança.
De resto, não é difícil de perceber esta protecção voltada exclusivamente para quem faz as publicações e comentários em nome da organização Marinhenses Anti-touradas nas redes sociais. Basta atentar nalgumas mensagens e comentários que tiveram origem na publicação de incentivo ao ódio feita no Facebook do Touro e Ouro.
É isto:
Mensagem que recebemos em privado (de alguém que também comentou na referida publicação):
- "só a tiro"
- "gentalha que não faz falta à humanidade"
- "saíam com as orelhas bem aviadas"
- "Peguem nos de caras!"
- "mas será que não acontece nada a estes porcos!!" e "vara de marmeleiro"
- "Eram bem corridos..." a murro, pontapé e cabeçadas (assim entendemos)
- "um toiro para largar a essa gente parasita"
- "umas farpas curtas ou não"
- "Meter esses anti-taurinos no campo junto aos touros a ver a resistência deles" e "verdade"
- "Só á VARADA"
- "ate quando temos k aguentar estes ranhosos"
- "Torcidados era pouco"
- "um touro bravo para os marrar"
- "só a tiro"
- "Soltai-lhe um touro"
- "uma sova à antiga"
- "porradinha"
- "Porrada porrada"