EMBOLAÇÃO PARA A TOURADA À PORTUGUESA
Principal objectivo
Anular o poder de perfuração dos cornos para que estes não firam os toureiros e os forcados e não perfurem os cavalos.
Procedimento
1.º Imobilização dos bovinos;
2.º Corte e aparagem das pontas dos cornos;
3.º Colocação das embolas.
1. Imobilização dos bovinos – Alguns métodos
1.1. Começa por ser passada pela raiz dos cornos do bovino uma corda grossa com laço corredio de forma a que quanto mais se puxa a corda mais se aperta essa zona da cabeça, com grande pressão sobre a testa. Iça-se o animal, puxando a corda, de maneira a que fique suspenso, com a possibilidade de tocar no solo apenas com as patas traseiras. Usualmente coloca-se um cilindro na horizontal a cerca de um metro do chão onde o peito fica apoiado para maior estabilização.
1.2. Processo semelhante ao anterior, mas em que em vez de se suspender o bovino, faz-se passar a sua cabeça por baixo do cilindro, ficando a parte superior do pescoço a fazer pressão contra aquele e manuseando-se a corda de forma a que auxilie na imobilização da cabeça.
1.3. Coloca-se o touro dentro de uma espécie de contentor pouco maior do que ele que tem umas portas que permitem que apenas a sua cabeça fique imobilizada na parte exterior, e mete-se uma venda a tapar-lhe a totalidade da cabeça para que não consiga ver nada e fique também com os movimentos ainda mais dificultados.
2. Corte e aparagem das pontas dos cornos
As pontas dos cornos são cortadas e limadas. O corte é feito com uma serra. Seguidamente, os cornos são aparados com uma lima.
Cada embola é composta por um copo de metal, que cobre 10 cm de comprimento de corno, envolvido por uma manga de couro que cobre todo o corno. O copo é enfiado na extremidade já “arranjada” do corno, sendo muitas das vezes necessário bater naquele com golpes de maço para que fique devidamente colocado. Na outra extremidade de cada embola, existem duas argolas metálicas de 2 cm de diâmetro cada, numa das quais se segura um cordel que, após muito bem apertado, a une ao seu par, e na outra passa um outro cordel que a fixa melhor ao corno.
Algumas notas dignas de referência
- Em Portugal, não é só para as corridas de touros à portuguesa que se procede à embolação. Muitos dos animais utilizados, por exemplo, em garraiadas, incluindo nas académicas, são, também eles, sujeitos a todo este difícil processo;
- Cortar a ponta de um corno a um bovino é o equivalente a cortar a parte superior de um dente a uma pessoa (tudo sem anestesia). Os cornos têm terminações nervosas e é provável que o seu corte e limagem provoquem dor e um enorme desconforto. Com mais ou menos dor, é inegável o stress que todo este procedimento provoca. O vídeo que se segue é esclarecedor:
- Acontece, com alguma frequência, o processo provocar lesões na coluna vertebral dos animais, conforme reconhecido por profissionais da tauromaquia no Colóquio “O Toiro de Lide e o Espectáculo - Os mistérios da bravura”;
- Já têm morrido bovinos de ataque cardíaco durante a embolação. Não temos como provar esta afirmação, mas sugerimos a visualização e audição do vídeo abaixo, vídeo que se refere apenas a uma limagem de cornos;
- Durante a lide, a transformação de que os cornos foram previamente alvo confunde os animais sempre que estes tentam utilizá-los como defesa.
[Texto: Marinhenses Anti-touradas]
Uma informação preciosa.
ResponderEliminarMuito gratos, Isabel. Esperemos que chegue a alguns indecisos mal informados. Abraços.
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