Os Bombeiros Voluntários da Benedita começaram a ter de lidar com a contestação à sua tourada anual. Não vamos ficar ficar por aqui! Tudo faremos para apoiar um grupo de cidadãs e cidadãos de Alcobaça que se está a organizar para mostrar aos BVB que os Alcobacences não querem ver o seu concelho manchado de sangue de animais inocentes. Ninguém quer! Avancemos!
sexta-feira, 26 de maio de 2017
segunda-feira, 22 de maio de 2017
Resposta dos Bombeiros Voluntários da Benedita - Organizadores de Tourada Prevista para 4 de Junho
No passado dia 20 de Maio, enviámos uma mensagem para a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Benedita a pedir a esta Instituição que cancelasse a tourada que está a organizar para dia 4 de Junho e que se dissociasse da tauromaquia.
Pedimos também aos nossos contactos que enviassem mensagens com a mesma pretensão (http://mgranti-touradas.blogspot.pt/2017/05/bombeiros-da-benedita-organizam.html).
Fica aqui (I) a resposta que recebemos do endereço de e-mail do Comado dos Bombeiros Voluntários da Benedita em nome da Direcção, bem como (II) a nossa mensagem que gerou esta resposta.
Assunto: Início de Acção - Por favor, não sejam cúmplices da tortura de animais
Pedimos também aos nossos contactos que enviassem mensagens com a mesma pretensão (http://mgranti-touradas.blogspot.pt/2017/05/bombeiros-da-benedita-organizam.html).
Fica aqui (I) a resposta que recebemos do endereço de e-mail do Comado dos Bombeiros Voluntários da Benedita em nome da Direcção, bem como (II) a nossa mensagem que gerou esta resposta.
I - Resposta dos Bombeiros Voluntários da Benedita
(Data: 22 de maio de 2017 às 19:03)
Exmos. Srs.
No passado dia 22 de maio foi enviado um e-mail dirigido ao Presidente e Vice-Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários da Benedita, com conhecimento de um conjunto de entidades, onde se fazem um conjunto de acusações aos organizadores da XV Corrida Toiros a Portuguesa, que se irá realizar na Benedita no próximo dia 4 de Junho.
O referido e-mail é uma prática recorrente dos anti-taurinos e tece um conjunto de considerações sem adesão à realidade que, por tentarem condicionar uma iniciativa cultural com fins de beneficência, importa refutar.
1 – A Corrida de Toiros da Benedita é realizada desde 2002 com grande sucesso, não se podendo assim considerar-se que não existe tradição taurina nesta localidade. Todos os anos, de norte a sul do país, realizam-se em média cerca de 25 festivais taurinos, que são festejos taurinos de beneficência e cujos lucros se destinam a apoiar as mais diversas instituições sociais, como os Bombeiros, associações de apoio a deficientes, associações infantis, entre muitas outras. A Corrida de Toiros da Benedita é um desses festejos taurinos com fins de beneficiência.
2 – É referido no e-mail que as corridas de toiros provocam danos mentais nas crianças. No entanto, há séculos que milhões de crianças portuguesas assistem a touradas sem que isso lhes cause qualquer tipo de problema. Em Portugal as touradas estão classificadas para maiores de 12 anos (é só um aconselhamento, pois qualquer criança com mais de 3 anos pode assistir a touradas acompanhada de um adulto) e, por exemplo, a Entidade de Reguladora da Comunicação Social, quando chamada a pronunciar-se sobre a assistência de menores a touradas na RTP, referiu precisamente que estas não eram suscetíveis de influir negativamente nas crianças e adolescentes. Não existe nenhuma prova científica que fundamente esta afirmação, que chegou a ser repetida pelo Comité dos Direitos das Crianças da ONU, sem apresentar nenhuma prova. Pelo contrário, o único estudo científico realizado por uma entidade estatal e independente, sobre as crianças e as touradas, a Comissão de Proteção de Menores da Comunidade de Madrid, concluiu que "não existe nenhum fundamento científico para afirmar que a assistência de menores a touradas tenha impacto negativo na sua personalidade e bem-estar."
3 – Ao contrário do que é referido no e-mail, as bandarilhas não são arrancadas à força do dorso do toiro. Depois da lide, o animal regressa aos curros onde descansa e bebe água. É tratado e as bandarilhas são retiradas através de procedimento médico-veterinário, pelo veterinário ou sob a sua supervisão. De seguida, o touro segue para o matadouro onde é abatido num prazo máximo de cinco horas ou regressa ao campo para ser semental, vivendo o resto dos seus dias em liberdade e procriando.
Face ao exposto, a direção dos Bombeiros Voluntários da Benedita não encontra nenhuma razão que justifique o fim da Corrida de Toiros nesta localidade. Pelo contrário, tem sido demonstrado desde 2002 que esta iniciativa cultural é acarinhada pela população local que adere com entusiasmo à mesma. Tal compreende-se não apenas pela identificação cultural com a tauromaquia como também pela carácter de beneficência associado à iniciativa.
Com os melhores cumprimentos,
A Direção
___________
II - Mensagem enviada por nós para todos os destinatários indicados
(Data: 20 de maio de 2017 às 22:24)Assunto: Início de Acção - Por favor, não sejam cúmplices da tortura de animais
Excelentíssimos Senhores Presidente e Vice-Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários da Benedita,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Benedita,
Excelentíssimos Senhores Patrocinadores (de anteriores touradas na Benedita),
Tomámos conhecimento de que está a ser anunciada uma tourada para decorrer, no dia 4 de Junho, na Benedita, com organização a cargo dos Bombeiros Voluntários locais (https://www.facebook.com/tour adabenedita/photos/rpp.1390779 16270990/765920276920081/?type =3&theater).
A indústria tauromáquica, em desespero perante factos como o acentuado decréscimo do número anual de touradas e espectadores (https://www.rtp.pt/noticias/p ais/touradas-em-portugal-conti nuam-a-perder-espetadores_a982 041), tem feito de tudo para conseguir entrar em localidades onde a tradição não existe, como é o caso da Benedita (onde apenas se começaram a realizar espectáculos tauromáquicos em 2002), valendo-se da existência de praças de touros ambulantes ainda que estas ponham em causa a segurança do público (http://farpasblogue.blogspot. pt/2014/04/panico-esta-tarde-e m-tourada-em-samora.html, http ://www.radiocampanario.com/ult imas/regional/queda-de-bancada -de-praca-de-touros-na-orada- borba-provoca-tres-feridos-c- som, http://www.laopiniondemur cia.es/municipios/2011/06/10/ muere-nino-14-meses-plaza- toros-portatil/329423.html). Na tentativa de tornar a tauromaquia menos intolerável para as populações, esta mesma indústria recorre a manobras como a “beneficência”. Não é, pois, de estranhar, não só o interesse pela vila da Benedita, como a instrumentalização da respectiva Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários (BVB).
Perguntando-nos por que motivo a bondade dos BVB não se vai estender aos cavalos e aos touros obrigados a participar no espectáculo em questão, nem mesmo às muitas e muitas pessoas que o mesmo deixará consternadas, concluímos que talvez seja por falta de noção do sofrimento que, na realidade, está contido nas touradas. Neste contexto, pedimos ao Sr. Presidente da Direcção dos BVB, bem como ao Sr. Vice Presidente da Direcção, o favor de lerem (e transmitirem também aos demais membros organizacionais) o que se segue. Alargamos o mesmo pedido aos restantes destinatários desta mensagem.
1. A moderna investigação em neurociência removeu quaisquer dúvidas que pudessem existir acerca da senciência de animais como as aves e os mamíferos (e.g. touro, cavalo), tal como é evidenciado pela “The Cambridge Declaration on Consciousness”, que foi assinada na Universidade de Cambridge em 2012 por um grupo proeminente de neurocientistas cognitivos, neurofarmacologistas, neurofisiologistas, neuroanatomistas e neurocientistas computacionais (vide s.f.f. http://fcmconference.or g/img/CambridgeDeclarationOnCo nsciousness.pdf). Quer isto dizer que animais como os "touros de lide" e os "cavalos de toureio" são seres que têm não só sensibilidade, como também consciência, tal como os animais ditos humanos;
2. A tauromaquia é uma actividade que implica violência extrema contra animais sencientes indefesos. Os cavalos sofrem física e psicologicamente. Os touros, totalmente desrespeitados, sofrem ainda mais e por um período de tempo mais alargado. Em termos muito gerais, e começando pelo período que se inicia algumas horas antes do espectáculo em si, estes bovídeos começam a sofrer e a ficar debilitados durante a fase de preparação para as corridas à portuguesa – seja, por exemplo, durante o transporte ganadaria-praça em que o stress os faz perder cerca de 10% do seu peso, seja na preparação dos seus cornos (vide s.f.f. http://mgranti-touradas .blogspot.pt/search?q=embola%C 3%A7%C3%A3o). Na arena, não faltam sinais de medo, confusão, stress, exaustão, dor e muito sofrimento, sinais estes que, por desconhecimento, nem sempre são identificados (vide s.f.f. http://mgranti-touradas .blogspot.com/2012/03/corridas -portuguesa-sinais-de.html). Já fora do alcance da vista do público, os ferros/bandarilhas são arrancados à força do dorso das vítimas, o que lhes provoca extensas feridas e um sofrimento-atroz marcado por ensurdecedores berros de dor. Por fim, na quase totalidade dos casos, resta a estas pobres vítimas aguardarem, em tremenda agonia, pelo abate em matadouro;
3. Perante o exposto no ponto 1 em articulação com explicado no ponto 2, é inequívoco concluir que actividades como a tauromaquia são, em termos do sofrimento que causam aos animais obrigados a participar, equiparáveis a crimes perpetrados sobre seres humanos;
4. O conhecimento científico e a disponibilidade de informações sobre a violência contra animais que é exercida nas touradas, a par da tendência das sociedades modernas para se tornarem cada vez éticas e civilizadas, tem levado a que em todos os poucos países do mundo onde as cruéis touradas ainda são permitidas, estas enfrentem cada vez mais contestação, recomendações, restrições e mesmo proibições, valendo a pena referir alguns exemplos, como os que se seguem, nesta matéria. O Comité dos Direitos das Crianças da ONU aconselhou vários destes países, entre os quais Portugal, a criarem legislação que restrinja a participação de crianças em touradas, quer como participantes quer como espectadoras, referindo estar "preocupado com o bem-estar físico e mental das crianças envolvidas em treinos para touradas", bem como “com o bem-estar mental e emocional das crianças enquanto espectadoras que são expostas à violência” destes espectáculos (https://www.publico.pt/2014/0 2/05/sociedade/noticia/comite- da-onu-quer-limitar-participac ao-de-criancas-portuguesas-em- touradas-1622477). Em Espanha, as corridas de touros foram proibidas na Catalunha (http://activa.sapo.pt/estilo- de-vida/2010-07-29-Catalunha-p roibe-corridas-de-touros). Por cá, já vários municípios e tribunais as condenaram, enquanto a sociedade civil vai demonstrando claramente que quer que acabem, quando, por exemplo, entre mais de mil ideias para o futuro do País apresentadas nas duas edições de “O Meu Movimento”, do XIX Governo de Portugal (2011-2015), surgem como ideias mais votadas pelos Portugueses e Portuguesas: a “Abolição das Corridas de Touros” e o “Fim dos Dinheiros Públicos para as Touradas” (http://www.jn.pt/sociedade/in terior/movimento-pela-abolicao -das-touradas-admite-referendo -2506060.html, http://www.cmjo rnal.pt/sociedade/amp/touradas -recebem-16-milhoes-de-euros).
Existem muitas formas dignas de os BVB angariarem fundos. Organizar espectáculos tauromáquicos não é certamente uma delas. De resto, ao serem promotores e beneficiários de uma lenta e cruel ceifa de vidas, os BVB violam inclusivamente o disposto no artigo 3.º dos seus estatutos no qual ficou determinado que essa associação “irá socorrer feridos e doentes e irá proteger por qualquer outra forma vidas e bens” http://www.bvbenedita.pt /Estatutos_BV_Benedita.pdf). E ainda que se subentendesse que os estatutos se referem exclusivamente a vidas humanas, proteger vidas humanas passa por não ser responsável por eventos que provoquem emoções negativas e mal-estar em indivíduos humanos (o que pode ter reflexos negativos na saúde de alguns destes indivíduos e, no limite, causar mortes), sendo que organizar touradas implica ser responsável pela tortura de animais não-humanos, acontecimento que causa a muitas pessoas, como nós, preocupação, muita tristeza, desespero, repulsa, raiva, um enorme sentimento de impotência e um terrível mal-estar. Proteger vidas, ainda que eventualmente apenas humanas, deveria também passar por prevenir situações das quais seja previsível que resultem feridos (humanos) para socorrer, importando lembrar que é muito frequente ocorrerem acidentes nas touradas que causam lesões, e algumas vezes até a morte, a quem nelas actua. Os BVB ainda estão a tempo de, numa atitude de grande coragem, decência e bondade, e numa demonstração de mais respeito quer por animais não-humanos quer por animais humanos, cancelarem a “corrida de toiros” a seu favor e se dissociarem por completo da indústria tauromáquica. Fica o nosso pedido de que assim seja a essa nobre Instituição, na pessoa dos senhores Presidente e Vice-Presidente da Direcção.
A Junta de Freguesia da Benedita (JFB) deve apoiar iniciativas de instituições como os BVB, é certo. Porém, deve declinar o seu apoio a actividades, organizadas por quem quer que seja, que indignem uma parte considerável da respectiva população e/ou prejudiquem a imagem da freguesia, como sejam as touradas, que têm estes dois efeitos negativos referidos (prejudicando também a imagem de todo o concelho de Alcobaça). Fica a nossa sugestão de que a JFB proponha aos BVB que optem por eventos não violentos, como sejam concertos musicais, e apoie estes últimos.
No âmbito da responsabilidade social das empresas, faz todo o sentido que estas apoiem associações como as de Bombeiros Voluntários. No entanto, jamais o devem fazer por intermédio de patrocínios a práticas como as touradas, que: violam direitos humanos e os direitos das crianças em particular, conforme adverte o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas; contribuem para uma sociedade menos justa, na qual se torturam seres sencientes em nome do entretenimento; e causam uma enorme tristeza e revolta num número muito significativo de pessoas, stakeholders (partes interessadas) de tais empresas. Endereçamos aos habituais patrocinadores das touradas organizadas pelos BVB o nosso apelo para que não apoiem espectáculos tauromáquicos, sendo que, se o continuarem a fazer, no que depender de nós, perderão quota de mercado.
Perante todo o exposto, e tendo em conta que a realização de corridas de touros em praças ambulantes carece de autorização e licenciamento por parte do Município onde se pretende a instalação destas, pedimos à Câmara Municipal de Alcobaça, na pessoa de V. Exa., Sr. Presidente Paulo Inácio, que recuse conceder qualquer licença ou autorização para a realização desta ou de qualquer outra tourada, contribuindo assim para o avanço em direcção a uma sociedade menos violenta, mais justa e mais civilizada.
Agradecendo antecipadamente a atenção dispensada e ficando na expectativa de respostas convergentes para o fim da realização de touradas na Benedita,
Com os melhores cumprimentos,
Marinhenses Anti-touradas
(Marinha Grande - Portugal)
sábado, 20 de maio de 2017
Bombeiros da Benedita Organizam Touradas! Por Favor, Envie Mensagem
Os Bombeiros Voluntários da Benedita estão a *organizar* touradas, ano após ano! Os patrocinadores costumam ser mais que muitos! A próxima tourada está a ser anunciada para dia 4 de Junho. Não podemos permitir que a tauromaquia se torne tradição onde a tradição não existe! Nem devemos aceitar a ligação de associações de Bombeiros à indústria tauromáquica.
A pedido de residentes no concelho de Alcobaça, elaborámos a mensagem-tipo abaixo.
Por favor, envie a mensagem sugerida (copiar-colar-enviar) por e-mail para os destinatários indicados (BVB, JFV, CMA, patrocinadores). Se preferir, opte por um texto da sua autoria.
Para:
geral@bvbenedita.pt, cmalcobaca@cm-alcobaca.pt, gcrp@cm-alcobaca.pt, secretariado.gap@cm-alcobaca.pt, juntabenedita@mail.telepac.pt, geral@cister.fm, geral@beneditafm.pt, alcobaca@creditoagricola.pt, fenacam.direccao@creditoagricola.pt, geral@benecar.pt, bomcar@bomcar.pt, usados@bomcar.pt, solancis@solancis.com, geral.ms@interfer.pt, geral@adrianobandeira.pt, geral@sepsancho.com, geral@vitorinos.pt, linolopesaluminios@sapo.pt, mlpbarreiro@gmail.com, geral@profiserv.pt, marco_95.slb@hotmail.com, geral@ajbvserralharia.com, marketing@fvlaluminios.com.pt, marketing@dl-publicidade.com, ivocutelarias@ivocutelarias.com, comercial.vw@tecauto.pt
marinhenses.antitouradas@gmail.com
Por favor, não sejam coniventes com a tortura de animais
(Pode optar por uma outra frase, da sua autoria)
(Pode optar por uma outra frase, da sua autoria)
======== Mensagem sugerida: =========
Excelentíssimos Senhores Presidente e Vice-Presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários da Benedita,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Benedita,
Excelentíssimos Senhores Patrocinadores (de anteriores touradas na Benedita),
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça,
Excelentíssimo Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Benedita,
Excelentíssimos Senhores Patrocinadores (de anteriores touradas na Benedita),
Tomei conhecimento de que está a ser anunciada uma tourada para decorrer, no dia 4 de Junho, na Benedita, com organização a cargo dos Bombeiros Voluntários locais (https://www.facebook.com/touradabenedita/photos/rpp.139077916270990/765920276920081/?type=3&theater).
A indústria tauromáquica, em desespero perante factos como o acentuado decréscimo do número anual de touradas e espectadores (https://www.rtp.pt/…/touradas-em-portugal-continuam-a-perde…), tem feito de tudo para conseguir entrar em localidades onde a tradição não existe, como é o caso da Benedita (onde apenas se começaram a realizar espectáculos tauromáquicos em 2002), valendo-se da existência de praças de touros ambulantes ainda que estas ponham em causa a segurança do público (http://farpasblogue.blogspot.pt/…/panico-esta-tarde-em-tour…,http://www.radiocampanario.com/…/queda-de-bancada-de-praca-…,http://www.laopiniondemurcia.es/…/muere-nino-14…/329423.html). Na tentativa de tornar a tauromaquia menos intolerável para as populações, esta mesma indústria recorre a manobras como a “beneficência”. Não é, pois, de estranhar, não só o interesse pela vila da Benedita, como a instrumentalização da respectiva Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários (BVB).
Perguntando-me por que motivo a bondade dos BVB não se vai estender aos cavalos e aos touros obrigados a participar no espectáculo em questão, nem mesmo às muitas e muitas pessoas que o mesmo deixará consternadas, concluí que talvez seja por falta de noção do sofrimento que, na realidade, está contido nas touradas. Neste contexto, peço ao Sr. Presidente da Direcção dos BVB, bem como ao Sr. Vice Presidente da Direcção, o favor de lerem (e transmitirem também aos demais membros organizacionais) o que se segue. Alargo o mesmo pedido aos restantes destinatários desta mensagem.
1. A moderna investigação em neurociência removeu quaisquer dúvidas que pudessem existir acerca da senciência de animais como as aves e os mamíferos (e.g. touro, cavalo), tal como é evidenciado pela “The Cambridge Declaration on Consciousness”, que foi assinada na Universidade de Cambridge em 2012 por um grupo proeminente de neurocientistas cognitivos, neurofarmacologistas, neurofisiologistas, neuroanatomistas e neurocientistas computacionais (vide s.f.f. http://fcmconference.org/…/CambridgeDeclarationOnConsciousn…). Quer isto dizer que animais como os "touros de lide" e os "cavalos de toureio" são seres que têm não só sensibilidade, como também consciência, tal como os animais ditos humanos;
2. A tauromaquia é uma actividade que implica violência extrema contra animais sencientes indefesos. Os cavalos sofrem física e psicologicamente. Os touros, totalmente desrespeitados, sofrem ainda mais e por um período de tempo mais alargado. Em termos muito gerais, e começando pelo período que se inicia algumas horas antes do espectáculo em si, estes bovídeos começam a sofrer e a ficar debilitados durante a fase de preparação para as corridas à portuguesa – seja, por exemplo, durante o transporte ganadaria-praça em que o stress os faz perder cerca de 10% do seu peso, seja na preparação dos seus cornos (vide s.f.f. http://mgranti-touradas.blogspot.pt/search…). Na arena, não faltam sinais de medo, confusão, stress, exaustão, dor e muito sofrimento, sinais estes que, por desconhecimento, nem sempre são identificados (vide s.f.f. http://mgranti-touradas.blogspot.com/…/corridas-portuguesa-…). Já fora do alcance da vista do público, os ferros/bandarilhas são arrancados à força do dorso das vítimas, o que lhes provoca extensas feridas e um sofrimento-atroz marcado por ensurdecedores berros de dor. Por fim, na quase totalidade dos casos, resta a estas pobres vítimas aguardarem, em tremenda agonia, pelo abate em matadouro;
3. Perante o exposto no ponto 1 em articulação com explicado no ponto 2, é inequívoco concluir que actividades como a tauromaquia são, em termos do sofrimento que causam aos animais obrigados a participar, equiparáveis a crimes perpetrados sobre seres humanos;
4. O conhecimento científico e a disponibilidade de informações sobre a violência contra animais que é exercida nas touradas, a par da tendência das sociedades modernas para se tornarem cada vez éticas e civilizadas, tem levado a que em todos os poucos países do mundo onde as cruéis touradas ainda são permitidas, estas enfrentem cada vez mais contestação, recomendações, restrições e mesmo proibições, valendo a pena referir alguns exemplos, como os que se seguem, nesta matéria. O Comité dos Direitos das Crianças da ONU aconselhou vários destes países, entre os quais Portugal, a criarem legislação que restrinja a participação de crianças em touradas, quer como participantes quer como espectadoras, referindo estar "preocupado com o bem-estar físico e mental das crianças envolvidas em treinos para touradas", bem como “com o bem-estar mental e emocional das crianças enquanto espectadoras que são expostas à violência” destes espectáculos (https://www.publico.pt/…/comite-da-onu-quer-limitar-partici…). Em Espanha, as corridas de touros foram proibidas na Catalunha (http://activa.sapo.pt/…/2010-07-29-Catalunha-proibe-corrida…). Por cá, já vários municípios e tribunais as condenaram, enquanto a sociedade civil vai demonstrando claramente que quer que acabem, quando, por exemplo, entre mais de mil ideias para o futuro do País apresentadas nas duas edições de “O Meu Movimento”, do XIX Governo de Portugal (2011-2015), surgem como ideias mais votadas pelos Portugueses e Portuguesas: a “Abolição das Corridas de Touros” e o “Fim dos Dinheiros Públicos para as Touradas” (http://www.jn.pt/…/movimento-pela-abolicao-das-touradas-adm…, http://www.cmjornal.pt/…/touradas-recebem-16-milhoes-de-eur…).
Existem muitas formas dignas de os BVB angariarem fundos. Organizar espectáculos tauromáquicos não é certamente uma delas. De resto, ao serem promotores e beneficiários de uma lenta e cruel ceifa de vidas, os BVB violam inclusivamente o disposto no artigo 3.º dos seus estatutos no qual ficou determinado que essa associação “irá socorrer feridos e doentes e irá proteger por qualquer outra forma vidas e bens”http://www.bvbenedita.pt/Estatutos_BV_Benedita.pdf). E ainda que se subentendesse que os estatutos se referem exclusivamente a vidas humanas, proteger vidas humanas passa por não ser responsável por eventos que provoquem emoções negativas e mal-estar em indivíduos humanos (o que pode ter reflexos negativos na saúde de alguns destes indivíduos e, no limite, causar mortes), sendo que organizar touradas implica ser responsável pela tortura de animais não-humanos, acontecimento que causa a muitas pessoas, como eu, preocupação, muita tristeza, desespero, repulsa, raiva, um enorme sentimento de impotência e um terrível mal-estar. Proteger vidas, ainda que eventualmente apenas humanas, deveria também passar por prevenir situações das quais seja previsível que resultem feridos (humanos) para socorrer, importando lembrar que é muito frequente ocorrerem acidentes nas touradas que causam lesões, e algumas vezes até a morte, a quem nelas actua. Os BVB ainda estão a tempo de, numa atitude de grande coragem, decência e bondade, e numa demonstração de mais respeito quer por animais não-humanos quer por animais humanos, cancelarem a “corrida de toiros” a seu favor e se dissociarem por completo da indústria tauromáquica. Fica o meu pedido de que assim seja a essa nobre Instituição, na pessoa dos senhores Presidente e Vice-Presidente da Direcção.
A Junta de Freguesia da Benedita (JFB) deve apoiar iniciativas de instituições como os BVB, é certo. Porém, deve declinar o seu apoio a actividades, organizadas por quem quer que seja, que indignem uma parte considerável da respectiva população e/ou prejudiquem a imagem da freguesia, como sejam as touradas, que têm estes dois efeitos negativos referidos (prejudicando também a imagem de todo o concelho de Alcobaça). Fica a minha sugestão de que a JFB proponha aos BVB que optem por eventos não violentos, como sejam concertos musicais, e apoie estes últimos.
No âmbito da responsabilidade social das empresas, faz todo o sentido que estas apoiem associações como as de Bombeiros Voluntários. No entanto, jamais o devem fazer por intermédio de patrocínios a práticas como as touradas, que: violam direitos humanos e os direitos das crianças em particular, conforme adverte o Comité dos Direitos da Criança das Nações Unidas; contribuem para uma sociedade menos justa, na qual se torturam seres sencientes em nome do entretenimento; e causam uma enorme tristeza e revolta num número muito significativo de pessoas, stakeholders (partes interessadas) de tais empresas. Endereço aos habituais patrocinadores das touradas organizadas pelos BVB o meu apelo para que não apoiem espectáculos tauromáquicos, sendo que, se o continuarem a fazer, no que depender de mim, perderão quota de mercado.
Perante todo o exposto, e tendo em conta que a realização de corridas de touros em praças ambulantes carece de autorização e licenciamento por parte do Município onde se pretende a instalação destas, peço à Câmara Municipal de Alcobaça, na pessoa de V. Exa., Sr. Presidente Paulo Inácio, que recuse conceder qualquer licença ou autorização para a realização desta ou de qualquer outra tourada, contribuindo assim para o avanço em direcção a uma sociedade menos violenta, mais justa e mais civilizada.
Agradecendo antecipadamente a atenção dispensada e ficando na expectativa de respostas convergentes para o fim da realização de touradas na Benedita,
Com os melhores cumprimentos,
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