domingo, 28 de fevereiro de 2010

42 - Morrer como um touro


In PÚBLICO

O Ministério da Cultura resolveu criar uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura a pretexto de que lidar touros seria uma tradição cultural portuguesa a preservar. Mas a tradição é mais antiga, do tempo em que humanos e animais lutavam na arena para excitar os nervos da multidão com o sangue e a morte anunciada. A piedade, que é um valor mais antigo do que Cristo, veio, na sua interpretação cristã, salvar disto os humanos. Esqueceu-se, porém, dos animais.

Há um momento nas touradas em que o touro, muito ferido já pelas bandarilhas, o sangue a escorrer, cansado pelos cavalos e as capas, titubeia e parece ir desistir. Afasta-se para as tábuas. Cheira o céu. Vêm os homens e incitam-no. A multidão agita-se e delira com o sangue. O touro sabe que vai morrer. Só os imbecis podem pensar que os animais não sabem. Os empregados dos matadouros, profissionais da sensibilidade embaciada, conhecem o momento em que os animais “cheiram” a morte iminente. Por desespero, coragem ou raiva (não é o mesmo?), o touro arremete pela última vez. Em Espanha morre. Aqui, neste país de maricas, é levado lá para fora para, como é que se diz? ah sim: ser abatido. A multidão retira-se humanamente, portuguesmente, de barriga cheia de cultura portuguesa, na tradição milenar à qual nenhuma piedade chegou

Os toureiros têm pose que se fartam (e com a qual fartam toda a gente). Pose de hombre, pose de macho. Mas os riscos que de facto correm são infinitamente menores que a sorte que inevitavelmente espera os touros, que o sofrimento e a desorientação que infligem aos touros para o seu próprio prazer e o da multidão. Dá vontade de dizer que quem se porta assim, quem mostra orgulho de se portar assim, tem entre as pernas, e não apenas literalmente, órgãos bem mais pequenos que aqueles que os touros exibem. Os toureiros são corajosos mas entram na arena sabendo que haverá sempre quem os safe, senão à primeira colhida, então à segunda. Às vezes aleijam-se a sério e às vezes morrem, o que talvez prove que os deuses da Antiguidade são justos, vingativos e amigos de todos os animais por igual. Os touros, esses, não têm ninguém que os vá safar em situação de risco, estão absolutamente sós perante a morte. Querem os toureiros ser hombres até ao fim? Experimentem ser tão homens como eram os homens e os animais na Antiguidade: se ficarem no chão, fiquem no chão. Morram na arena. É cultura. A senhora ministra da Cultura certamente compensará tão antigo costume.

Também era da tradição, em Portugal por exemplo, executar em público os condenados, bater nas mulheres, escravizar pessoas. Foi assim durante milénios. Ninguém via mal nenhum nisso a não ser, confusamente, com dúvidas, as próprias vítimas. Até que a piedade, na sua interpretação moderna e laica, acabou com tão veneráveis tradições.

Que será preciso para acabar com a tradição da tourada? Que sobressalto do coração será necessário para despertar em nós a piedade pelos animais?

- Paulo Varela Gomes (Historiador), “Cartas do Interior”, Público, 27.02.2010, P2, p.3.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

41 - Por favor, proteste contra a recentemente criada Seccçao de Tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura!

Apesar dos milhares de protestos, nacionais e internacionais, enviados contra a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura, nada demoveu a Ministra da Cultura de criar tal Secção. Gabriela Canavilhas é aficionada das touradas e participou, enquanto directora-geral da Cultura dos Açores, no "Fórum Mundial da Cultura Taurina", que decorreu na Terceira em 2009, pelo que, não é de estranhar o sucedido.

Por favor, envie a mensagem abaixo sugerida, da autoria do MOVIMENTO ANTI-TOURADAS DE PORTUGAL, ou se preferir, escreva a sua própria mensagem, ao Primeiro Ministro, ao Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e ao Ministério da Cultura, com conhecimento aos seis líderes parlamentares da Assembleia da República, pedindo que intercedam nesta situação.

Por favor, envie a sua mensagem para: pm@pm.gov.pt; gab.mp@mp.gov.pt; gmc@mc.gov.pt

Com Conhecimento (Cc) a: gp@ps.parlamento.pt; gp_ps@ps.parlamento.pt; gp_psd@psd.parlamento.pt; gp_pp@pp.parlamento.pt; bloco.esquerda@be.parlamento.pt; gp_pcp@pcp.parlamento.pt; pev.correio@pev.parlamento.pt; matp@netcabo.pt
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Carta tipo:

Exm.º Senhor Primeiro Ministro
Exm.º Senhor Ministro da Presidência do Conselho de Ministros
Exm.ª Senhora Ministra da Cultura


Com Conhecimento a:

Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PS
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PSD
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do BE
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PCP
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PEV

Excelências,

Acabei de tomar conhecimento da criação, por parte do Ministério da Cultura, de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura. Venho por este meio expressar a minha indignação.

Não considero a Tourada cultura e sendo eu, assim como a maioria dos portugueses, contra este tipo de espectáculo a todos os níveis deplorável e que em nada dignificam o nosso País não quero que os meus impostos o financiem de qualquer forma, directa ou indirectamente.

A Declaração Universal dos Direitos do Animal, aprovada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e ONU, reconhece a necessidade de respeitar o bem-estar e natureza dos animais não humanos. Por isso vamos chamar as coisas pelos seus nomes: Negócios de crueldade que humilham e matam pela dor, nunca serão arte nem cultura.

Assim, apelo para que V/Ex.ª interceda no sentido de acabar, quanto antes, com as implicações do Despacho n.º 3254/2010, revogando-o de foma a ser excluida a secção de tauromaquia do CNC. Apelo para que a actividade tauromáquica não seja financiada ou promovida à custa de dinheiros públicos. Peço a demissão imediata da actual Ministra da Cultura.

Agradecendo antecipadamente a atenção que possa ser dedicada à presente mensagem, apresento a V. Ex.ª os meus melhores cumprimentos,

[Nome]
[País ]
[E-mail]

40 - Petição Contra a Criação de uma Secção de Tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura - PARTIDO PELOS ANIMAIS

Dois bons motivos para assinar esta Petição:

1) Não admitir que os seus impostos sejam canalizados para apoiar a indústria tauromáquica (o que irá acontecer enquanto existir uma secção de tauromaquia no Concelho Nacional de Cultura);

2) Não concordar que as touradas continuem a ser permitidas em Portugal e, como tal, ser contra todas as incitativas que contribuam para proteger a indústria tauromáquica.

Para ler e assinar a Petição, por favor, clique aqui:

Petição Contra a criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura

39 - "Viva la muerte" - JN



Só nos faltava esta: uma ministra da Cultura para quem divertir-se com o sofrimento e morte de animais é... cultura. Anote-se o seu nome, porque ele ficará nos anais das costas largas que a "cultura" tinha no século XXI em Portugal: Gabriela Canavilhas. É esse o nome que assina o ominoso despacho publicado ontem no DR criando uma "Secção de Tauromaquia" no Conselho Nacional de Cultura. Ninguém se espante se, a seguir, vier uma "Secção de Lutas de Cães" ou mesmo, quem sabe?, uma de "Mutilação Genital Feminina", outras respeitáveis tradições culturais que, como a tauromaquia, há que "dignificar".

O património arquitectónico cai aos bocados? A ministra foi ali ao lado "dignificar" as touradas. O património arqueológico degrada-se? Chove nos museus, não há pessoal, visitantes ainda menos? O teatro, o cinema, a dança, morrem à míngua? Os jovens não lêem? As artes estiolam? A ministra foi aos touros e grita "olés" e pede orelhas e sangue no Campo Pequeno. Diz-se que Canavilhas toca piano. Provavelmente também fala Francês. E houve quem tenha julgado que isso basta para se ser ministro da Cultura...

"Viva la muerte" - JN

38 - VERGONHOSO - Despacho 3254/2010

É com grande tristeza que anunciamos a publicação em Diário da República da criação de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura.

Isto representa um retrocesso na luta anti-touradas e significa que vão ser canalizados (ainda mais) dinheiros públicos para a indústria tauromáquica!

É de pasmar a protecção que se pretende dar à indústria tauromáquica por intermédio desta secção de tauromaquia recentemente criada.

(Para consultar o referido despacho, por favor, clique no título deste post.)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

37 - Diga Não à tourada como Património Cultural de Angra do Heroismo

(Envie um mail para: angra@cm-ah.pt e uma cópia para acoresmelhores@gmail.com)


Exmo. Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo
Exma. Sra. Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo

Embora não me tenha surpreendido, tomei conhecimento de que a
autarquia de Angra do Heroísmo, com uma dívida que ascende a mais de
1,5 milhões de euros, a maior parte desta quantia destinada ao
pagamento das touradas de praça que se têm realizado nos últimos anos
aquando das Sanjoaninas, pretende, através da Assembleia Municipal,
classificar a Festa Brava como património cultural concelhio.
Atendendo a que as touradas constituem uma actividade que mancha as
maiores festas profanas dos Açores, pois negócios de crueldade que
humilham e matam pela dor e sofrimento animais, nunca serão arte nem
cultura;
Atendendo a que considero uma afronta, a todos os cidadãos, o
dinheiro gasto com elas já que a Ilha Terceira, tal como o resto do
território nacional, está a atravessar uma crise económica e social
que se traduz no número crescente de desempregados e na dificuldade
por que passam as pequenas e médias empresas.

Venho manifestar o meu repúdio pelo facto de a ser aprovada tal
classificação a mesma constituir um desrespeito pela Declaração
Universal dos Direitos do Animal, aprovada pela UNESCO (Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que
reconhece a necessidade de respeitar o bem-estar e natureza dos
animais não humanos e declarar o nosso compromisso de tudo fazer para
denunciar, a nível nacional e internacional, o mau uso dado aos
dinheiros públicos para a manutenção de uma indústria decadente que
vive do sofrimento dos animais.

Com os melhores cumprimentos,

[Nome]
[Localidade, País]

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

36 - Por favor, proteste contra a inclusão de uma secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura

Por favor, envie a sua mensagem para: pm@pm.gov.pt; gab.mp@mp.gov.pt;
gmc@mc.gov.pt

Com Conhecimento (Cc) a: gp@ps.parlamento.pt; gp_ps@ps.parlamento.pt;
gp_psd@psd.parlamento.pt; gp_pp@pp.parlamento.pt;
bloco.esquerda@be.parlamento.pt; gp_pcp@pcp.parlamento.pt;
pev.correio@pev.parlamento.pt; matp@netcabo.pt

Mensagem Sugerida

Exm.º Senhor Primeiro Ministro
Exm.º Senhor Ministro da Presidência do Conselho de Ministros
Exm.ª Senhora Ministra da Cultura

Com Conhecimento a:

Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PS
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PSD
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do BE
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PCP
Exm.º Senhor Presidente do Grupo Parlamentar do PEV

Excelências,

Tendo tomado conhecimento que o Ministério da Cultura pretende criar uma
secção de tauromaquia no futuro Conselho Nacional de Cultura, venho por
este meio apelar a que tal seja evitado.

Não considero a Tourada cultura e sendo eu, assim como a maioria dos
portugueses, contra este tipo de espectáculo a todos os níveis
deplorável e que em nada dignificam o nosso País não quero que os meus
impostos o financiem de qualquer forma, directa ou indirectamente.

A Declaração Universal dos Direitos do Animal, aprovada pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e
ONU, reconhece a necessidade de respeitar o bem estar e natureza dos
animais não humanos. Por isso vamos chamar as coisas pelos seus nomes:
Negócios de crueldade que humilham e matam pela dor, nunca serão arte
nem cultura.

Assim, apelo a que V/Ex.ª interceda no sentido de que não seja criada
nenhuma secção de Tauromaquia no referido Conselho Nacional de Cultura,
nem que esta actividade possa de alguma forma vir a ser financiada ou
promovida à custa de dinheiros públicos.

Agradecendo antecipadamente a atenção que possa ser dedicada à presente
mensagem, apresento a V. Ex.ª os meus melhores cumprimentos,

[Indique o SEU NOME AQUI]
[Indique a SUA CIDADE E PAÍS AQUI]
[Indique o SEU ENDEREÇO DE E-MAIL AQUI]

domingo, 7 de fevereiro de 2010

35 - Sanjoaninas - Tortura de animais e mau uso dado a dinheiros públicos: Proteste

Por favor, envie uma mensagem-protesto à Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.

A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (ou a empresa Municiapal Culturangra) possui uma dívida que ascende a mais de 1,5 milhões de euros, a maior parte desta quantia destinada ao pagamento das touradas de praça que se têm realizado nos últimos anos aquando das Sanjoaninas. Embora, como é do conhecimento público, as atividades tauromáquicas não gerem receitas que as tornem autosufientes, a presidente da Câmara de Angra, por intermédio de uma comissão organizadoras das festas, vai investir cerca de 350 000 euros para a realização, em Junho, da próxima Feira Taurina.

Por favor, envie um e-mail de protesto à Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (angra@cm-ah.pt), com um texto de sua autoria, ou com o seguinte:

Exma. Sra.,

Tomei conhecimento de que a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, uma vez mais, tenciona patrocinar com dinheiros públicos (cerca de 350 000 euros) a indústria tauromáquica a pretexto da Feira Taurina integrada nas Sanjoaninas de 2010. Para além das touradas de praça constituírem uma actividade que mancha as maiores festas profanas dos Açores, conisderamos uma afronta o dinheiro gasto com elas, já que a Ilha Terceira, tal como o resto do território nacional, está a atravessar uma crise económica e social que se traduz no número crescente de desempregados e na dificuldade por que passsam as pequenas e médias empresas. Venho manifestar o meu desagrado pelo mau uso dado aos dinheiros públicos para a manutenção de uma indústria decadente que vive do sofrimento dos animais e sugerir o seu investimento na área da saúde, da educação, da indústria, do comércio e dos serviços.

Com os melhores cumprimentos,
(Nome)
(Cidade - País)
(Endereço de e-mail)